quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Rejane Wilke


Uns trocados para o lanche

Mesmo para quem não conviveu de maneira mais íntima com o professor e maestro Leo Schneider, é impossível ler todos esses depoimentos sem se emocionar. Imagino o quanto essas lembranças tocam o coração de todos os familiares, mas principalmente a ti que, além de filha, carregas com justificado orgulho o fato de ser “colega” do pai e herdeira desta sina fazedora de música...

Como sabes, nunca fui aluna do teu pai. Mas minha memória aponta nitidamente, até hoje, a figura daquele professor de porte elegante que eu via pelas escadas e elevadores do prédio da Senhor dos Passos. Elegante? Mais do que isso: aos olhos da adolescente sempre meio intimidada naquele ambiente de tanta arte e gente importante, Leo Schneider irradiava uma incrível meiguice e simpatia. Ele estava sempre sorrindo, cumprimentando, afável e acessível.

Nos intervalos das nossas aulas das outras disciplinas, tu corrias – e eu corria atrás – para a sala onde ele estava com algum aluno ao piano, nem que fosse só para receber um beijo rápido ou um aceno discreto. Mas na maioria das vezes, além do beijo, tu ganhavas mais uns trocados para o lanche. Pronto! Já podíamos correr escada acima rumo ao bar do 7º andar, onde a gente comia aquele cachorro-quente cujo aroma inundava o prédio todo e que nunca mais inventaram igual.

Professor? Maestro? Que nada! Pra mim ele era apenas o pai da Anne...

Rejane Wilke, ,joranlista, é graduada em Música no IA.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

APCA






A Arte fazendo suas marcas



Vivemos em uma cultura onde é difícil deixar marcas, podemos pensar sobre isto lembrando o que está escrito em um dos textos de Walter Benjamin, ao citar uma frase de Brecht em um dos seus poemas: “Apaguem os rastros!” Esta citação é trabalhada nestes célebres textos da obra- Magia e Técnica Arte e Política, para tratar sobre a perda do valor da experiência e a sua transmissão.

Ele analisa a obra de Scheebart e a sua criação dos espaços de vidro, de onde nos faz pensar que se vive em uma “cultura de vidro”, por ser o vidro um material duro e liso onde nada se fixa. Demonstrando assim, que vivemos em uma cultura onde o sujeito facilmente pode sumir sem deixar rastros ou marcas da sua história.

Da mesma forma a obra de arte é questionada sobre o que pode acontecer, quando esta é destacada do “Domínio da Tradição” e acaba se reduzindo a uma mera técnica de reprodução. Produzida então, fora do domínio da experiência única, para uma produção em série.
No entanto, a arte é uma forma de deixar marcas, impedir que se “Apaguem os Rastros”, sejam de uma história, cultura, tradição ou uma experiência singular.
É a partir dessa reflexão que queremos apresentar a APCA, Associação Pró- Cultura e Arte Leo Schneider.

Este nome- Leo Schneider- tem seus rastros marcados por sua arte. Músico gaúcho, cujo nome consta na Enciclopédia Delta Larousse, no Dicionário de Música Evangélica Nassau e em inúmeros livros e sites brasileiros e dos EUA. Além de compositor, foi maestro e organista (patrono da Associação dos Organistas/RS), guia leigo da Igreja Matriz da IECLB, onde desempenhou sua função de organista por mais de 30 anos,sendo também Presidente da Ordem dos Músicos/RS. Foi homenageado dando o nome a uma Rua no Bairro Rubem Berta, a um conservatório de Música no IPA, e placa de bronze no Teatro São Pedro. Exerceu também atividades didáticas como professor, na UFRGS, IPA, Colégio Americano, Colégio Cruzeiro do Sul e Escola Técnica de Agricultura de Viamão.

Portanto somos uma associação civil, beneficente, sem fins lucrativos, que tem como finalidade incentivar e promover a cultura e a arte, de modo amplo e geral. Fazem parte de nossas metas: manter conjuntos de música instrumental, orquestras, corais,além de grupos teatrais e de danças, bem como atividades ligadas às artes visuais; realizar concertos, audições musicais e espetáculos teatrais; manter cursos de música instrumental e vocal visando à formação de conjuntos corais e instrumentais;manter, incentivar e apoiar projetos de promoção da cultura e da arte.

Queremos olhar para todas essas formas de manifestações artísticas como formas de narrativas que vêm contribuir para a construção da subjetividade moderna. Para tanto, poderemos firmar convênios, sejam eles públicos ou privados. A associação está aberta a todas as pessoas sem distinção. Nosso estatuto está à disposição dos interessados.



Diretoria 2009-2010:
Presidente – Lia Kappel
Vice-presidente - Sandra Sasso
Secretária - Rejani Friedrich
Tesoureiro – Harry Fürstenau

Endereço eletrônico: apcarte@gmail.com






















1ª Diretoria
Anne Schneider
Lia Kappel
Sandra Sasso
Flavia Dreher