quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Rejane Wilke


Uns trocados para o lanche

Mesmo para quem não conviveu de maneira mais íntima com o professor e maestro Leo Schneider, é impossível ler todos esses depoimentos sem se emocionar. Imagino o quanto essas lembranças tocam o coração de todos os familiares, mas principalmente a ti que, além de filha, carregas com justificado orgulho o fato de ser “colega” do pai e herdeira desta sina fazedora de música...

Como sabes, nunca fui aluna do teu pai. Mas minha memória aponta nitidamente, até hoje, a figura daquele professor de porte elegante que eu via pelas escadas e elevadores do prédio da Senhor dos Passos. Elegante? Mais do que isso: aos olhos da adolescente sempre meio intimidada naquele ambiente de tanta arte e gente importante, Leo Schneider irradiava uma incrível meiguice e simpatia. Ele estava sempre sorrindo, cumprimentando, afável e acessível.

Nos intervalos das nossas aulas das outras disciplinas, tu corrias – e eu corria atrás – para a sala onde ele estava com algum aluno ao piano, nem que fosse só para receber um beijo rápido ou um aceno discreto. Mas na maioria das vezes, além do beijo, tu ganhavas mais uns trocados para o lanche. Pronto! Já podíamos correr escada acima rumo ao bar do 7º andar, onde a gente comia aquele cachorro-quente cujo aroma inundava o prédio todo e que nunca mais inventaram igual.

Professor? Maestro? Que nada! Pra mim ele era apenas o pai da Anne...

Rejane Wilke, ,joranlista, é graduada em Música no IA.

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