sábado, 27 de junho de 2009

Eventos, Apresentações, Encontros, Programas

Porto Alegre








28 de junho (domingo) às 18:00h
IGREJA DA RECONCILIAÇÃO
Senhor dos Passos 202
Entrada franca

I ENCONTRO DE CORAIS LÉO SCHNEIDER

CORO DE CÂMARA ARS VOCALIS
CORO PORTO ALEGRE
GRUPO CANTABILE
MADRIGAL PRESTO

Coordenação Artística
DELMAR DICKEL
e
LOUIS MARCELO ILLENSEER








Rádio da UFRGS,
Audição do Oratório de São João
de Leo Schneider,
dia 25 de Junho de 2009
21h


São Paulo
































MADRIGAL COROS ANGÉLICOS
1962 – 15 Outubro – 2009
47 anos Louvando a Deus
Regente Hildalea Gaidzakian
Apresenta:
Oratório São João Batista
de Léo Schneider
Datas e Locais:

dia 31 de Maio de 2009 – Domingo – às 18h30
Igreja Presbiteriana Independente de Vila Romana
Rua Marco Aurélio, 772 – fone: 3864-7269
05048-000 São Paulo - SP

dia 10 de Junho de 2009 – 4ª Feira – às 20h00
Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo
Rua Nestor Pestana, 152 – fone: 3255-6111
01303-010 São Paulo - SP

dia 20 de Junho de 2009 – Sábado – às 20h00
Igreja Batista de Vila Pompéia
Av. Pompéia, 867 – fone: 3672-6492
05023-000 São Paulo - SP

Entrada Franca

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Cosete Ramos

MAESTRO LEO SCHNEIDER,
UM PROFESSOR INSPIRADOR











Cosete Ramos Gebrim
Palestrante e Consultora
Gaúcha do Alegrete, RS
Trabalhou 25 anos no Ministério da Educação
Professora da Escola Normal de Brasília
e da Universidade de Brasília
Doutora em Educação pela Florida State University – EUA


Conheci Leo Schneider nos anos dourados do Ginásio do Colégio Americano de Porto Alegre, por volta de 1957. Ele me introduziu no mundo encantado da música verdadeira e eu passei a ter o privilégio de experimentar uma vida muito mais bela e bem mais rica!

Fecho os olhos. A imagem que vem à minha mente é cristalina!

Encantador

No começo, eu gostava de acreditar que a música saia das mãos longas daquele homem alto e sério. Com o tempo fui verificando que o Professor era gentil e nos oferecia de presente um sorriso encantador. Na verdade, ele dominava a arte de chegar, lidar e conquistar as pessoas. Como fez comigo!

Eletrizante

Sua presença se impunha, inspirando ao mesmo tempo atenção e respeito. Sua fala, seus gestos, seus olhares tornavam-no um mestre eletrizante, capaz de conduzir com arte os seus alunos, tanto nas aulas como nos concertos de seus oratórios. Quando o Maestro surgia no palco, o silêncio se fazia imediato e absoluto. Bastava um comando seu para que a canção fluísse suave ou majestosa!


Profundo

Seus conhecimentos de música eram amplos e diversificados. Quando se assentava ao piano para tocar para nós músicas clássicas, de um vasto acervo de compositores famosos, de fama internacional, ele nos fazia viajar pelo espaço e pelo tempo, conhecendo um novo mundo sem fronteiras! Que sensação maravilhosa fazer parte de um palco tão estimulante!


Ousado

Sem medo de ser diferente, apresentava uma proposta na qual ele acreditava, mantendo ao mesmo tempo viva a capacidade de dialogar, de concordar e discordar, não se deixando dominar por aquilo que estava posto à época!
Criativo. Penso que ele estava sempre desafiando sua inteligência, na busca de novas idéias, imagens e maneiras de fazer, mantendo o compromisso pessoal com a reinvenção e a mudança.


Abro os olhos. A imagem do Maestro Léo Schneider continua comigo!
Sei por quê! Este Professor inspirador permanece no meu coração!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Arno Blass

200 SOLISTAS EM URUGUAIANA
Relembrando Leo Schneider







Arno Blass
Engenheiro Mecânico
Professor Titular (aposentado) da UFSC)
Membro da Academia Nacional de Engenharia




Logo depois da Revolução de 30, Getúlio Vargas, guindado à presidência do Governo Provisório, indicou Francisco Campos para implantar o Ministério da Educação e da Saúde Pública, setores que até então eram geridos pelo Ministério da Justiça. Campos designou Heitor Villa Lobos para ocupar a Secretaria de Educação Musical e Artística do recém criado ministério. E o compositor logo viria a dar sua contribuição pessoal à reforma do ensino que o ministro introduziria em 1931, com a inclusão da matéria Canto Orfeônico nos currículos dos cursos primário e ginasial (que subsistiria por mais de três décadas, até ser lamentavelmente eliminada na onda das reformas do ensino introduzidas por um novo governo de exceção).

O que se viu, então? Na maioria dos colégios os professores, muitas vezes até por falta de preparação especializada ou de condições de trabalho, limitavam-se a cumprir perfunctoriamente o que a lei impunha, repetindo exaustiva e monotonamente o repertório de sebentas cartilhas oficiais ou oficiosas. Mas surgiram também aqueles professores abnegados que, batalhando arduamente para superar todas as limitações, procuravam dar realização prática ao espírito da lei, buscando trazer a seus alunos alguma formação musical mais efetiva.

Só cheguei a assimilar e compreender isto bem mais tarde, como parte de meu processo de formação, como ser social e, particularmente, como interessado na história da educação no Brasil. Há mais de meio século atrás, quando cursei Canto Orfeônico, como ginasiano (1951-54), no Instituto Porto Alegre, o querido IPA de minha juventude, eu naturalmente desconhecia estes pormenores históricos. Mas não foi preciso muito tempo para me conscientizar de que, como aluno de Leo Schneider, eu participava de uma minoria privilegiada, que tinha oportunidades que contemporâneos meus, que estudavam em outros educandários, não tinham.

Toda quarta feira subíamos, meus colegas e eu, as estreitas escadarias que levavam ao mezanino do recém inaugurado Auditório Oscar Machado para nossa aula semanal com Leo Schneider, a quem chamávamos simplesmente de Maestro. O mezanino possuía uma série de degraus largos, em arco, precedidos de uma plataforma horizontal. Sobre os degraus estavam fixadas as poltronas em que sentávamos. Na plataforma anterior ficava um piano vertical junto ao qual o Maestro sentava. Quando o auditório era usado para outras finalidades, o piano constituía um entrave à visibilidade do palco, para aqueles que ficavam logo atrás. Mas para as aulas do Maestro, sua disposição era ideal, permitindo que ele ficasse próximo aos alunos, facilitando a comunicação. Além disso, a ocupação apenas esporádica do mezanino permitia que o piano ali fosse deixado, de uma semana para outra, sem maiores transtornos.

E ali ensaiávamos seus oratórios (dois deles, “São João Batista” e “Jesus Nazareno”, durante aquele quatriênio). As preleções do Maestro se faziam quase como uma conversa informal, discorrendo sobre a estrutura de um oratório, situando seu conteúdo no contexto da Bíblia, e introduzindo os vários temas corais. Quando dominávamos o oratório do ano em sua totalidade, fazíamos dois ou três ensaios em conjunto com as meninas do Colégio Americano, no auditório deste educandário. Ao fim do ano, o coroamento de toda a labuta: uma apresentação pública no velho Theatro São Pedro, precedida de um ensaio no local, com orquestra. Era o momento em que, pela primeira vez, ouvíamos completa a obra para a qual tanto nos havíamos preparado. Era, também, de certa forma, um momento de glória para todos nós: cantar no São Pedro... Não era para qualquer um!

No ano seguinte, começávamos com outro oratório, mas sem abandonar o esforço do ano anterior. De quando em vez surgia uma excursão para apresentações em cidades do interior do Estado, de forma que era sempre oportuno manter a desenvoltura na interpretação daquele oratório que já conhecíamos. Foi assim que visitamos Uruguaiana, viajando nos vagões da velha Viação Férrea, puxados pela não tão saudosa Maria Fumaça. E em lá chegando, nos divertimos com um jornal local, que anunciava nossa apresentação falando em “duzentos solistas”...

Outras preocupações nos assoberbavam quando se aproximava o final do ano. Tínhamos de prestar um exame final. O Maestro preparava e nos distribuía uma folha mimeografada, apresentando, em suas duas faces, um texto datilografado com o menor espaçamento possível, abordando vinte pontos, de sua livre escolha, cobrindo tópicos específicos e bastante variados da história da Música. Um deles falava em troubadours medievais, outro em Bach (não poderia faltar, evidentemente), algum outro em Verdi ou Wagner... Não faltavam os tópicos de música brasileira: José Maurício, Carlos Gomes, Catulo da Paixão Cearense... Então, durante duas ou três aulas, o Maestro discorria sobre cada um dos tópicos, indo um pouco além do parco texto da folha mimeografada, estabelecendo comparações e noções sobre o desenvolvimento da história da Música.

E assim nos preparávamos para o exame, em que nos era cobrado, a rigor, apenas o conhecimento do material contido no texto mimeografado. Para os que apenas queriam passar, era uma moleza. Para outros (eu incluído), um mero ponto de partida, um aperitivo para despertar a fome pelo conhecimento musical. Em dias em que tudo era muito mais difícil, levei quase duas décadas para conseguir saciar uma curiosidade então despertada, a de ouvir José Maurício e me deleitar com sua música coral. Hoje, com a internet, escuto-a quando quiser (e o faço com freqüência), indo direto ao youtube. E a cada vez que o faço, lembro-me de Leo Schneider.

Eu já trazia interesse por música e alguma cultura musical de casa, transmitidos por meu pai. Mas participar das apresentações de dois oratórios de Leo Schneider, de ouvi-lo, de com ele conviver, mesmo que na mera situação de aluno da matéria Canto Orfeônico, foram importantes para atiçar minha curiosidade, para me impelir à leitura de textos sobre música, de fazer da música erudita uma necessidade de vida. E hoje, em retrospecto, posso dizer: fui enriquecido com isso.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Francisco Antonio Pagot














Francisco Antonio Pagot
jornalista
diretor e editor de La Stampa, Canoas


COM ELE APRENDI A GOSTAR DE MÚSICA CLÁSSICA

Era exatamente na sala do Grêmio Estudantil da Escola Agricola de Viamão, onde muitas vezes realizamos bailes, tendo como convidadas meninas que estudavam em colégio femininos em Porto Alegre, que tínhamos aulas de canto com o simpaticíssimo organista e professor Leo Schneider. Puxava ele de uma perna, mas era um magnífico maestro e regente do Coral da Agronomia, do qual também fiz parte como um dos dois barítonos. O outro, por incrível coincidência, era o Jorge Vidal.

Com o Coral da Agronomia, sob a ba- tuta do maestro e or- ganista Leo Schneider inauguramos a Fenac - Festa Nacional do Calçado, de Novo Hamburgo, em 1963, que foi um estrondoso sucesso, inclusive com o maestro e organista Leo Schneider dando um verdadeiro espetáculo de arte na execução de um órgão com três teclados e enormes tubos com alguns metros de altura em ocasião que contou com altas autoridades políticas e empresariais do Estado do Rio Grande do Sul e do governador Ademar de Barros, de São Paulo.

Além das exibições na Fenac, as diversas apresentações no teatro da Sogipa, então na Rua Alberto Bins, no centro de Porto Alegre. Alí o Coral se apresentava sempre acompanhado da Orquestra de Violinos da Sogipa, sempre com casa lotada e o entusiasmo do público. Lembro que entre as canções que interpretávamos uma era “Gloria in Excelsis” e outra a “Serenata” (Ständchen) de Schubert. E foi a partir daí que passei a me interessar, apreciar e a gostar de música clássica. Graças ao professor, maestro e organista Leo Schneider.

Xico Júnior
(na pia batismal Francisco Antonio Pagot)

PAGOT, Francisco Antonio. A minha, Nossa Rua. pp 189-90

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ada J. Godinho Rhodes




Ada J. Godinho Rhodes
funcionária pública


Aqui vai o meu depoimento sobre o tempo de colégio em que o Maestro foi meu professor.

ANOS DOURADOS



Estudei no Colégio Americano de 1949 a 1960. Sou Metodista e minha mãe ficou muito contente ao me colocar lá, como ela era muito religiosa, meu pai não achou impedimento pois sabia do conceito que o colégio possuia.

Vou reportar-me aqui ao período de 1954 a 1957 - os Anos Dourados da época do Ginásio. Foi nesse período que tivemos o Maestro Léo Schneider como nosso Professor de Música.

Ficamos todas encantadas com ele, sempre sorrindo, afável, mas que ao mesmo tempo tínhamos muito respeito por ele.

Era maravilhoso, ele tocava para nós, nas aulas, músicas clássicas para termos um acervo musical de peças imortais, clássicas de compositores famosos.

No fim do 1º semestre, na prova ele tocava as 10 músicas tocadas naquele período e fora da ordem. No fim do ano eram 20 peças ao todo. A princípio fazíamos as provas no Auditório, as 2 turmas A e B juntas o que equivalia a 70 alunas, mais ou menos.

Depois passamos a fazer as provas cada turma em sua sala de aula, havia ali um gravador (bem moderno para a época). Cereta vez, umas colegas sugerindo, brincando, ao Maestro que quando fosse tocada uma certa música que elas confundiam com outra que ele cruzasse os braços. Qual não foi a nossa surpresa que quando tocou a "tal" música, ao vê-lo circular pela sala com os braços cruzados! Quem pediu para ele "dar cola" jamais imaginou que ele aceitaria a proposta!

Os dias de Orfeão, naquela ainda não se chamava de Coral, aconteciam sempre aos sábados; Ninguém faltava pois o Orfeão tinha a presença dos alunos do IPA. De um lado sentavam os rapazes e no outro nós, era um "tititi"... Quando o Maestro aparecia no palco, o silêncio era imediato e absoluto, sem que precisasse pedir. Ele era um líder.

Outro fato interessante que demonstra um pouco de seu caráter, aconteceu quando ele fraturou a perna, parece que foi o fêmur. Ele não ficou desgostoso, falou que isso foi bom porque assim imobilizado teria tempo para traduzir o oratório O Messias de Haendel. Assim era o nosso querido Maestro!!

Em 1957, quando nos formamos ele foi escolhido, junto com Rev. Rolim, nossos Professores Homenageados, demonstramos assim um pouco de nossa admiração e carinho por este Professor tão carismático!!

Depois dessese Anos Dourados de nossa juventude em nosso querido Americano, Eu, que era casada, na época, assistia os jogos do Grêmio com meu marido, nas cadeiras cativas do Olímpico. De repente vejo entrar ali o Maestro (de terno completo), para assistir o jogo de seu time do coração. Acompanhava- sua filha Anne que carregava uma enorme bandeira do tricolor que era quase maior que ela!

Fiquei muito emocionada ao ver suas fotos e biografia no blog que a Anne me indicou!
Dentre os nossos Anos Dourados o Maestro teve um papel de muito destaque em nossa formação!

Ada J. Godinho Rhodes
17/05/2009