sábado, 30 de maio de 2009

Paulo Dorfman





UMA VOZ NO DESERTO

Leo Schneider foi praticamente uma voz no deserto, pois teve a convicção e a opção estético-musical de desenvolver sua obra sacra em Porto Alegre, onde não havia outros músicos caminhando nesta direção. Realizou a música que julgava adequada a seus propósitos educacionais religiosos, a estes integrando os conhecimentos na sua formação musical em Porto Alegre e na América do Norte, conhecimentos estes que, no dizer de Flávio Oliveira, eram bastante amplos com relação às formas musicais.
(...)
Apesar de possuir conhecimento da cena musical mundial, optou por dedicar-se de corpo e alma à sua cidade natal e às comunidades religiosas de que participava. (DORFMAN, Paulo. A música sacra de Leo Schneider: uma voz no deserto. São Leopoldo: EST/PPG. 2008, p 37)

A dissertação completa de Paulo Dorfman sobre o Maestro Leo Schneider está disponível em http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=127. Ao clicar neste link você iniciará o download da dissertação de 97 páginas em formato pdf.

Para ler só alguns trechos importantes, antecipamos três páginas desta dissertação. Por gentileza clique numa das imagens a seguir para ver melhor o texto.










Maria Alice, Paulo Dorfman, Anne Schneider na defesa de dissertação de mestrado da Escola Superior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil em São Leopoldo

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Marilene Zambom Lima

















Professora de Música
na Educação Infantil
e Séries Iniciais
até 2008
no Colégio São Luiz
e no Colégio Sevigné
das Irmãs de São José



Todos os melhores sentimentos e emoções afloram, quando se trata em falar do nosso grande e inesquecível mestre LEO SCHNEIDER.

Ser humano dotado de qualidades marcantes como honestidade, retidão de caráter, integridade, profissionalismo, ética, entre tantas outras.

Meu primeiro contato com Leo foi no “Belas Artes”, que mantinha, na época, o “Curso Fundamental de Piano”, antecedendo ao Curso Superior.

Como recém havia ingressado no Ensino Médio, repeti duas vezes o sexto ano de Piano. Mais tarde, após o vestibular, então já “Escola de Artes", cursei “Graduação em Piano”, concluindo em 1974.

Desde o primeiro contato com Leo (diga-se de passagem, que fui bater a porta de sua sala, pedindo para ser sua aluna) fui cativada por sua serenidade, meiguice, interesse e, sobretudo, por sua forma carinhosa e humana em acolher.


Daí para frente o encantamento total foi muito rápido, pois a cada aula, humildemente, suas habilidades, seus valores e sua sabedoria se revelavam.
Tenho sempre na mente a magia que exerciam em mim, suas grandes mãos tocando as Polonaises e as Valsas de Chopin.

Dotado de sensibilidade e talento, mantendo sempre a humildade que lhe era tão característica, nunca entrou em “jogo de vaidades”, que na época, já aparecia no meio, entre professores.

Após a conclusão do graduação ( era assim que chamávamos), pedi reingresso para cursar “Licenciatura em Música”, onde, mais uma vez, fui contemplada ao ser sua aluna, em cadeiras como “Prática de Orquestra” e Órgão ( opcional).
Recebi o diploma deste curso de suas mãos e , como presente a partitura do “Oratório a São João Batista” , de sua autoria, no qual a dedicatória era: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele, e Ele tudo fará “.

Diante dos inúmeros desafios que diariamente enfrentamos, tenho esta dedicatória sempre presente.

Após minha formatura, já com filho e trabalhando todo o dia, resolvi estudar, de uma forma mais ligth, no Conservatório do Colégio Americano. Acredito que neste período professor Léo redobrou sua dose de paciência e tolerância, já que o tempo para estudos era bastante precário.

Professor Leo nos deixou muito cedo, talvez por ser uma pessoa tão especial , mas é certo que as pessoas a quem tanto amamos e admiramos não terminam, continuam conosco e nosso coração percebe isto !

Tenho convicção que , no decorrer de toda a minha vida profissional, seu exemplo, sua tolerância, sua parceria e sua paciência histórica, influenciaram nas relações com meus alunos e também na minha maneira de ser e de agir.

Como nunca, considero real e de uma sabedoria profunda o pensamento de Rubem Alves:
Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra.

Por isso Leo Schneider sempre viverá em mim e em todos que tiveram a dádiva de conhecer e conviver com ele.

MARILENE ZAMBOM LIMA

sábado, 16 de maio de 2009

Ruth Kratochvil

Maior compositor de oratórios



professora de música da Escola Superior de Teologia
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
texto de outubro 2001


Leo Schneider (1910-1978) era pianista, organista, regente e compositor.


Seu trabalho como organista incluía as comunidades da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (igreja da Reconciliação), da Catedral Episcopal e da Igreja Metodista (todas no centro de Porto Alegre).


Cristão convicto, era um homem carismático que cativava multidões de adolescentes, jovens e adultos como professor de música e também como professor de Escola Dominical, função que exerceu durante alguns anos na Igreja da Reconciliação.

Grande parte da obra de Leo Schneider é vinculada à música sacra, especialmente a obra vocal. Escreveu corais e canções para solo e acompanhamento (órgãso ou piano). É autor de cinco grandes oratórios: Calvário (1943), São João Batista (1946), A Purificação do Templo (1947), A Conversão de Paulo (1948), e Jesus Nazareno (1950). No Brasil é ocompositor com maior número de obras neste gênero.


Fonte: revista O Tom da Música outubro de 2001

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Fernanda Schneider Moreira Irigaray

Para não passar frio

administradora de empresas
15 de Maio de 2009


Tenho apenas algumas lembranças daquele homem meigo, doce e sempre preocupado em amar o próximo, mas que me fazem muito feliz.

Zeloso com a família, ele sempre cantava em alemão para eu e minha irmã dormirmos.

Também tinha o hábito de esquentar o colchão com o seu próprio corpo para que não sentíssemos frio no inverno antes de dormirmos. Quando chegava em casa nos trazia Mentex e nós, é claro, adorávamos.

Tenho muito orgulho de ter tido um Vô (mesmo que por tão pouco tempo) tão presente e tão adorado por todos.
Fernanda

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Partituras das Composições de Leo Schneider

Veja partituras de Leo Schneider clicando em http://partiturasdeleoschneider.blogspot.com

Prelúdio, órgão
Sê fiel até a morte, canto e piano
Fantasias I a VIII, piano
O sermão da Montanha, canto e piano
Prelúdio do Calvário
Nocturno, piano
Kyrie, coro e órgão
Lamento, órgão
Bênção, coro
Magnificat, canto e piano ou órgão
Kyrie, coro e órgão
Caixinha de música, piano ou órgão
Entrega o teu caminho ao Senhor, canto e piano
Valsa Caprice, piano


Fernanda Schneider Moreira Irigaray admin. de empresa também é fã de Leo Schneider.

Veja mais fotos de Leo Schneider em http://leoschneiderfotos.blogspot.com/

Alba S. Belotto


reitora do IPA / Americano

1985 - 2002
6 de Maio de 2009


Querida Anne,

Não sei se te contei: eu era menina, minha mãe cantava no coral da Igreja Metodista de Cruz Alta, que resolveu apresentar o Oratório S. João Batista de autoria do Maestro Leo.

Regia o Coral D. Jecy Vescia, minha professora de piano. Eu gostava muito de acompanhar minha mãe nos ensaios, e em casa, até me atrevia a cantar partes do Oratório, que passou por algum tempo a fazer parte da rotina da nossa casa.

Para os últimos ensaios e para apresentação do Oratório no cinema da cidade, seu pai, o Maestro veio a Cuz Alta. Fiquei fascinada por aquele homem louro, gentil, cheio de energia e musicalidade! Veio também de Porto Alegre, sua mãe Maria Helena Schneider que cantava as árias de soprano, e mais alguns solistas. A apresentação foi, para mim, uma noite inesquecível! Hoje, com os meus 73 anos ainda me emociono ao lembrar o Maestro Leo Schneider regendo magistralmente o coral da nossa Igreja!

Se você quiser fazer uso de alguma coisa do que contei aqui, sinta-se a vontade.

Beijos,
Alba

João do Prado Flores






































segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ana Luiza Moreira

Te amo, Vô






Tão claras e serenas as lembranças que tenho dele! Tudo muito vivo, alegre e doce. Não poderia ser diferente: exercia um fascínio irresistível por todos os que o conheciam, conviviam e aprendiam com ele. Uma pessoa de caráter intocável e afeto incondicional capaz de ajudar tudo e todos em qualquer etapa de suas vidas. Feliz dos que puderam conhecê-lo, mesmo que um pouquinho só, e que podem deixar aqui essas palavras. Feliz sou por ter tantas lembranças tuas. Te amo!sempre!



Dra. Ana Luiza Moreira
www.centrodepneumologia.com.br

sábado, 2 de maio de 2009

Anne Schneider



Meu maior amigo















Anne Schneider
Organista titular da igreja Martin Luther
Concertista internacional
1º de Maio de 2009

Muito difícil falar sobre meu pai!!!Justamente por que ele foi muito mais que um pai; era meu maior amigo, professor, conselheiro, companheiro de jogos no Olímpico (único lugar em que o ouvi dizer um palavrão, mas em alemão...)








guia espiritual e artístico, quem me abriu as portas da música,
o grande incentivador no Conservatório, na faculdade, nos concertos,





e quem me abriu os olhos para a cultura, história, religião, filosofia









e...ufa!!
De uma ingenuidade e um coração do tamanho do mundo ...mas, que ao lado de minha mãe, me ensinou pelo exemplo, que importante não é Ter, mas Ser (e é o que tento fazer...) !!!!!

Glauco Schneider


Sol do Amanhecer

Glauco Schneider
Mestre em Letras - PUC
Escritor

Leo Schneider foi meu avô, pelo lado materno.

Foi, e continua sendo, mesmo após sua morte, ele continua vivo em meu coração.

De todas as pessoas que conheci em minha vida, ele foi a mais virtuosa, sob vários aspectos, sobretudo o aspecto humano, no que se refere à solidariedade e amor ao próximo, sensibilidade às dores e dificuldades alheias, desprendimento, altruísmo, abnegação.

Há um paradoxo em meu avô: mesmo sendo humilde como um apóstolo de Cristo, ele tinha em seu temperamento uma grande e muito bem definida altivez. A altivez de um grande artista que sabe do seu valor.

Olha, eu prefiro ser conciso ao escrever sobre ele neste momento. Por mais que eu escrevesse, seria muito pouco, seria superficial. Ele é uma personalidade tão marcante e influente em minha vida, que escrevi um romance, ainda inédito infelizmente, em que dedico especialmente um dos capítulos a ele, só a ele.

Claro, no romance faço pequenas alterações fictícias, chamo-o de Leon, cubro-o de novas roupagens enganosas, mas basta um bom observador, alguém que de fato o tenha conhecido a fundo, para ali reconhecer o querido Maestro e admirável Homem Leo Schneider.

Sua presença é tão forte em meu espírito que chega mesmo a combater um forte tendência minha ao ateísmo. Mas então surge em minha mente, ou assopra em meu ouvido uma voz com um som característico e inconfundível, voz carinhosa e misericordiosa e ao mesmo tempo muito forte e vigorosa e altiva, uma voz que me diz que posso muito bem estar enganado. Neste momento, todas as minha convicções racionais tendentes a não acreditar em Deus se desfazerm como a bruma sob o sol do amanhecer. E o sol deste céu se chama Leo Schneider, e assim sempre o será.

Obrigado.

Obrigado Leo querido.

Júlio Posenato


Dez anos sem Leo Schneider



Júlio Posenato
Arquiteto
Bacharel em Música

28 de Janeiro de 1989


Leo Schneider assinalou sua passagem na vida musical de Porto Alegre com o fulgor de seu carisma. Tantos anos o público o acompanhou compondo peças serenas e límpidas como a sua alma, imune ao espírito agressivo do século XX; regendo orquestras e coros, tocando piano e órgão e, sobretudo, ensinando. O Leo Schneider músico tornou-se um dos cidadãos mais notáveis de Porto Alegre.




Mas não se esgota aí o legado do Mestre. Os seus incontáveis alunos guardam por ele um afeto profundo, reflexo da afeição que dele recebiam. Há tantos professores profissionais, que não cultivam a amizade com seus alunos. Não Leo Schneider. Numa personalidade que revelava o austero de uma formação rígida, intransigente consigo mesma, ao mesmo tempo resplandecia um coração bondoso e sensível que ninguém suplantou em generosidade.




Impossível esquecer Leo Schneider quando se teve o privilégio do convívio. Aquela figura de rosto anguloso, que jamais faltou a uma aula ou que a ela chegou atrasado, que não admitia nuance entre o bem e o mal, sentia-se incapaz de fazer uma simples observação que pudesse magoar o discípulo. Ao invés de “está mal”, “podia ser melhor”. A obrigação de reprovar um aluno causava-lhe perplexidade e angústia. Como estímulo, citava suas próprias fraquezas, com a alma singela de um menino. Lembrava que sua primeira composição, dedicada a uma namoradinha violinista, iniciava com um “dó 3”. Cheio de orgulho, apresentou a obra à moça e ela, constrangida, observou que tal nota não existia no violino.




Como Bach, Leo Schneider colocou na música a transpiração da fé. E tal como Johann Sebastian, para exprimir seu fervor cristão, voltou-se para o órgão. O mais complexo dos instrumentos, o que canta o amor e a ira de Deus; que ocupa do organista a mente, os olhos, as mãos, os pés, o equilíbrio; que para ser tocado exige ciência e fé, razão e emoção. Para Leo Schneider um desafio e um sacrifício, pois uma antiga fratura limitava os movimentos de sua perna esquerda. Em seu tempo Leo Schneider praticamente simbolizou a música organística em Porto Alegre, e incentivou a criação da Associação dos Organistas do Rio Grande do Sul. Esta, depois, o fez seu Patrono.




Uma vida dedicada aos alunos e à comunidade, Leo Schneider sonhava com a aposentadoria compulsória na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, quando enfim teria tempo de estudar para si.




Mas assim não ocorreu. E é com emoção que passados dez anos de seu desaparecimento, seus alunos o evocam com saudade. Leo Schneider despertou a impaciência dos anjos, que não se conformaram com entregá-lo aos enfadonhos exercícios de técnica, e o quiseram logo para si.




E enquanto alegras os céus com uma música liberta das limitações da matéria, maestro, tu nos fazes falta.



Fonte: Zero Hora, Guia Cultura, 28 jan 1989, p.5.

Martha Paz




Leo, ele foi demais!




Martha Paz
Professora de Música no Colégio de Aplicação
Universidade Federal do Rio Grande do Sul


27 de Abril de 2009



Brilhante! Uma pessoa super especial.

Foi extremamente importante na minha vida, na minha realização pessoal e profissional. Vim do interior, Alegrete, amando música mas mal orientada, com muitas deficiências no ensino da música e ele deu tudo que pode para me entusiasmar, me erguer e conseguir vencer com alegria e muito prazer, amando tocar piano, fazer música. Eu o chamava de "Papai Schneider". Dava duas, três palavras e falava nele.

Todos o admiravam!

Ele foi o primeiro a notar que eu e o Agis nos gostávamos. Me perguntava e eu dizia que não, que éramos só amigos. Eu não me dava conta que gostava dele. Um dia, disse-lhe que se tivesse um namorado, ele seria a primeira pessoa a saber. Não é que passou um mês, e o Agis me pediu em namoro. Olha como tudo era romântico naquela época! Agis e eu fomos para o centro e na Praça XV, no momento em que disse ao Agis que aceitava o namoro, o Agis pegou da minha mão e ele chegou por trás e disse:


- Há, há... eu sabia!

Viramos e eu lhe disse:

- Bem que lhe falei que o senhor seria a primeira pessoa a saber!

Ele respondeu:

- E vou tocar no casamento de vocês.

Quando decidimos casar ele falou que nos daria de presente o belíssimo recital que acabou acontecendo. E não ficou só por aí. No sábado do casamento, pela manhã, foi até o apartamento levar um presente que até hoje temos guardado.

As lembranças que tenho dele me emocionam: aula individual de piano, aula coletiva, recitais de órgão aonde me convidava para virar as páginas para ele, aulas de história da música, apreciação musical que ele passava na escolha do repertório que selecionava, canto das composições dele com o coral... "A grandeza dele sempre me sensibilizou!" Sou capaz de virar a noite escrevendo toda a sutileza, sensibilidade, musicalidade... enfim, o "Grande Homem que sempre foi o Maestro Leo Schneider".

As boas lembranças são imensas. Por exemplo, no meu primeiro dia de aula pelo curso Bacharelado em Instrumentos, habilitação piano, cheguei cedo no Instituto de Artes e o prédio ainda estava fechado. Estávamosa eu e ele aguardando a abertura e começamos a conversar. Deu-me toda a atenção e logo após me adotou como sua aluna de piano. Eu praticamente reiniciei meus estudos, contando com sua dedicação e incentivo, sendo o responsável pela minha motivação em busca de uma melhor qualificação musical, sendo meu “ídolo musical”.

Suas composições e sutileza artística sempre me tocaram e elevaram minha sensibilidade e amor pela música.

“Foi um modelo de ser humano com uma brilhante cultura e talento”.

Fui sua aluna de 1974 a 1978, até o momento em que ficou doente e teve que sair de licença. Foi muito sofrido para todos. Ele encaminhou todos alunos. Lembro de ter guardado bilhetes dele.

O Agis foi aluno dele no Bacharelado e também quando menino, não sei com que idade. Ele irá te responder este e-mail.

Beijos,
Martha
Em 4 de junho de 2009
Oi, Anne!
Cada vez que olho as novidades do blog, me emociono. Vejo-o seguidamente! Está cada vez melhor!
O nome completo do Agis é Agis Espártaco Cervo Paz. Está faltando o depoimento dele. Quer escrever mas como passa viajando e é super perfeccionista, está te devendo. O maestro Léo Schneider é o ídolo dele. O grande inspirador de todo o seu talento . Vou cobrar dele! Estamos sempre relembrando os momentos maravilhosos e as oportunidades que o professor Léo nos propiciou.
O Agis é engenheiro mas toca super bem piano. Tem um repertório pianístico de altíssimo nível.
Beijos,
Martha

Bernhard Sydow

Anjo
Bernhard Sydow
Professor de flauta doce e regente de orquestra no Projeto Prelúdio
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Organista titular na igreja de Cristo - São Leopoldo
Organista na igreja Martin Luther - Porto Alegre
Organista na igreja dos Três Reis Magos - Hamburgo Velho
1º de Maio de 2009

Por ocasião de um concerto em memória de Leo Schneider decidi inventar uma composição em três partes intitulada

Lembrando Leo:
1. O Anjo,
2. O Profeta,
3. O Mestre.

Leo é para mim um anjo enquanto exemplo de vida, de leveza e de transparência;

um profeta enquanto pessoa corajosa, autônoma e independente na paisagem intelectual portoalegrense e brasileira;

e mestre porque, não se enganem: para além de toda a doçura e suavidade, o Maestro Leo Schneider também sabia ser crítico e enérgico quando necessário.

Jorge Barcelos

De: Jorge Barcelos
Para: Anne Schneider
Enviado: terça-feira, 9 de setembro de 2008
Assunto: maestro Leo Schneider


Prezada Anne,

O teu pai foi meu professor de música "no morro", ou seja, no Ginásio Agrícola Pinheiro Machado (aquele internato, no bairro agronomia, próximo a UFRGS). Vi que no teu site tu chamas de Escola Técnica de Agricultura (esta, na verdade é ensino médio e fica em Viamão, indo para as praias).

Tenho ótimas recordações daquelas aulas de música.
Eu tinha em torno de 12-13 anos e já ficava admirado de como ele conseguia nos reunir em volta de um piano.

Lá estudávamos muito, trabalhávamos muito e nossos valores eram jogar futebol.

Mas como ele conseguia nos prender com tanta atenção?!
Como ele conseguia anestesiar aquele bando de meninos rudes?!
Mesmo aqueles colegas que não cantariam uma música "nem amarrados"!
Mas, para minha admiração, todos cantavam com fervor. Isto me chamava à atenção. Como pode?!!! Até o fulano!!!

Todos se entregavam aos hinos do Brasil, da bandeira, da pátria...

E tinha àquela música preferida de todos. Era uma música em francês.
E todos estufavam o peito para cantar bem alto

"Frére Jacques, frère Jacques...
Dormez-vous?... Dormez-vous...
Sonnez les matines, Sonnez les matines...
dim dim dom... dim dim dom".

Afinal, nós sabíamos cantar em francês!!!
Tinha outras músicas, mas não lembro (talvez, meus dois irmãos).

Mas se fosse hoje eu pediria para ele tocar músicas góticas.

Vi na internet que ele era cristão e que deu aula no culto infantil.

Aqui, hoje em Floripa e cristão, vou imaginar ele tocando na nossa igreja.

"Luz do mundo viestes a terra.
Prá que eu pudesse te ver.
Tua beleza me leva a adorar-Te.
Quero contigo viver.
Vim para adorar-Te,
Vim para prostrar-me,
Vim para dizer que és meu Deus.
És totalmente amável,
Totalmente digno.
Tão maravilho para mim...
Eu nunca saberei o preço,
Dos meus pecados lá na cruz"
(http://www.youtube.com/watch?v=lLFTusRoTCE)

Grande abraço e que Deus esteja te abençoando e toda família Schneider, em nome de Jesus.
Jorge Barcelos.


De: Anne Schneider
Para: Jorge Batrcelos
Enviado: terça-feira, 9 de setembro de 2008
Assunto: Re: maestro Léo Schneider


Caro Jorge.

Que bela surpresa receber mensagem de um ex-aluno de meu pai. Já não é a 1ª vez que isso acontece. Penso que ele foi muito importante para seus alunos porque muitos que nem conheci, me contatam, dizendo mais ou menos o que me escreveste!!!!!

Ele ensaiava nos grandes colégios, IPA e Americano um coral de adolescentes, com 400 alunos e não se ouvia uma mosca se mexendo....acho que era um grande carisma. Eu me lembro de ter visto vcs cantando as UYARAS uma vez. E tb o Frère Jacques ( Irmão Jacques ) que te referiste.

O pai era um cristão convicto e sincero que vivia aquilo em que acreditava. Por isso talvez fosse uma pessoa tão especial e boa.

Me disseram que o Porca Véia, foi aluno dele. Era teu colega???? Aliás, quem me disse isso foi o Adelcio Debem, que estudou piano comigo. Conheces?

Olha se puder ser útil em algo, é só pedir. Queres alguma música sacra de sua autoria? Tenho alguma coisa que poderia te enviar pela internet.

Um abraço forte.
Anne.

Werner Kiefer

O Tempo da Escola Dominical

Werner Kiefer
Pastor na Paróquia Matriz
Comunidade Evangélica de Porto Alegre
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
Julho de 2007

Recordar significa reconhecer que o caminho percorrido foi vivido de maneira significativa. No caso de uma comunidade cristã, ela traz em sua lembrança momentos inesquecíveis de fé e comunhão.

Considerando o lema bíblico da Igreja para o presente ano - “Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” - relembramos nesta edição do JR um dos períodos da história da Paróquia Matriz, que foi marcado pelos encontros da Escola Dominical, conduzidos de forma tão brilhante pelo maestro Leo Schneider e por sua esposa, conhecida carinhosamente como dona Mariazinha. Certamente, para muitos leitores(as), este período evoca sentimentos singulares da sua fé. O convívio, o jeito e a liderança do maestro Leo Schneider deixaram saudades. Há quem diga que maestro Leo foi um evangelizador na Comunidade Evangélica de Porto Alegre. O jeito de o maestro Leo evangelizar através da música, e o seu carisma pessoal o qual cativava os participantes, sempre serão marcas que a história irá registrar na Comunidade Evangélica de Porto Alegre.

Como se deu o início desta caminhada? Creio que aqui reside algo importante que podemos enfatizar na caminhada presente. Os encontros começaram com ênfase na comunhão, no afeto, acolhendo carinhosamente as crianças. Um gostoso café era servido para as crianças, aos domingos de manhã, antes do encaminhamento destas para o culto infantil. A exemplo desse jeito de acolher crianças, também os adultos envolveram-se, com a mesma estrutura de acolhimento.

Foi quando nasceu a escola Dominical, no período das 9h às 10h, todos os domingos. Pelo testemunho da Anne, filha do maestro Leo Schneider e da Mariazinha, e também da Senhora Ilse Albrecht, participantes da ED, personagens ilustres eclesiásticos eram convidados a participar na Escola Dominical, como do Arcebispo da Igreja Católica. E neste espaço foram vocacionados obreiros da nossa Igreja, que estão no pastorado, como o P. Ricardo Nör, Walter Ludwig e outras lideranças importantes.


Fonte: Jornal da Reconciliação, Boletim Trimestral da Paróquia Matriz de Porto Alegre - CEPA (Comunidade Evangélica de Porto Alegre), Julho de 2007, Ano 13 nº 53. Disponível em http://www.paroquiamatriz.org.br/JR53PDF/JR53%20full.pdf

Ricardo Nör

Ricardo Nör
Pastor na Paróquia Martin Luther
da Comunidade Evangélica de Porto Alegre
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
Julho de 2007
A primeira lembrança que tenho é que comecei a participar da Escola Dominical quando tinha sete, oito anos. Isto significa que foi por volta do ano de 1956. Inicialmente, os encontros eram realizados numa sala atrás da Secretaria da Paróquia, ao lado da igreja antiga. Começava com um momento de breve liturgia, com a presença de todos os participantes.

A seguir, eram formados os grupos, distribuídos por faixa etária, os quais se reuniam em diferentes salas. A Escola Dominical, diferente do Culto Infantil, consistia basicamente de “aulas”: lições dadas a partir de textos/ histórias bíblicas. O Maestro Leo Schneider e a sua esposa “Mariazinha”, proferiam as aulas para o grupo adulto. Por um tempo, os encontros começaram com um café, preparado por um grupo responsável, nos fundos da igreja. Isto significa que chegávamos às 7 horas e voltávamos para casa perto do meio dia.

Com a construção do novo prédio, a ED passou a reunir-se no primeiro andar, onde hoje é a sala da OASE. Participei da ED durante a infância e adolescência, o que me marcou muito. Com o Maestro preparamos também o Oratório São João Batista, juntamente com a Orquestra Haydn, da SOGIPA. Estas experiências, que fizeram parte da primeira etapa da minha vida, são motivo de alegria e gratidão a Deus.”

Fonte: Jornal da Reconciliação, Boletim Trimestral da Paróquia Matriz de Porto Alegre - CEPA (Comunidade Evangélica de Porto Alegre), Julho de 2007, Ano 13 nº 53. Disponível em http://www.paroquiamatriz.org.br/JR53PDF/JR53%20full.pdf

João Pedro Böhme


João Pedro Böhme
Vice-Presidente e
Presbítero da Comunidade Evangélica de Porto Alegre
Julho de 2007


A Escola Dominical não começou como uma escola propriamente dita, mas sim com uma idéia de D. Mariazinha, de um café da manhã para jovens. Não sei precisar a data em que começou esse café, mas, seguramente, a igreja antiga ainda estava de pé.

O local utilizado para o evento era um salão nos fundos da igreja. Como os recursos eram poucos, o café era quase que inteiramente financiado pela Sra. Alice Etzberger. Essa senhora, na época, já com certa idade, vendo que a idéia de Dona Mariazinha era boa, se propôs a cobrir os custos de tal iniciativa. Aos poucos, a coisa foi tomando corpo e o Maestro Leo começou com as palestras sobre temas bíblicos, com espaço para debates e discussões. Os adultos começaram a chegar aos poucos e, com o
tempo, a “escola”, naturalmente, foi crescendo e foram se formando turmas separadas, principalmente por idade. Outras “professoras” foram chegando, para atendimento às crianças. Acredito que o carisma do Maestro Schneider (sobejamente conhecido por todos pela música que praticava), um cristão convicto como sempre demonstrou ser, levou ao crescimento de Escola Dominical, pois chegou a levar mais de 300 (sim, trezentas!!) pessoas, aos domingos pela manhã, aos salões e salas existentes nos prédios contíguos à velha igreja. As palestras, evidentemente, não tinham qualquer intuito de rivalizar com os cultos. O Maestro sempre dizia que o culto era a Igreja em adoração e a Escola Dominical era a Igreja em reflexão. Tanto é que a ED deveria sempre terminar pelo menos cinco minutos antes dos cultos, para dar tempo aos que haviam assistido à Escola Dominical para que pudessem ir ao culto, se assim o desejassem. Muitos guias leigos acabaram por surgir nessa época, dos debates, citando-se entre eles Ciro Jost, Walter Ludwig e Ricardo Nör. Eu mesmo fui ficando sempre ligado à Paróquia Matriz a partir desse convívio com a ED e também à Juventude Evangélica (tempo do P. Boll).

Fonte: Jornal da Reconciliação, Boletim Trimestral da Paróquia Matriz de Porto Alegre - CEPA (Comunidade Evangélica de Porto Alegre), Julho de 2007, Ano 13, nº 53. Disponível em http://www.paroquiamatriz.org.br/JR53PDF/JR53%20full.pdf

Vários Professores

Prof. LEO WILHELM SCHNEIDER
1910 – 1978

texto de um artigo publicado em 1982
por vários professores
que fizeram tudo sem se saber os nomes

Nascido a 10 de fevereiro de 1910 em Porto Alegre, RS e falecido na mesma cidade, em 18 de dezembro de 1978.

Filho do Sr. Karl Wilhelm (Carlos Guilherme) Schneider, alemão, que à época era gerente do Banco Alemão e de mãe sueca, Odina Bergman Schneider.

Fez seus primeiros estudos no Colégio Farroupilha e apões ingressou no Instituto Brasileiro de Piano (depois Conservatório Mozart) dirigido pelo prof. João Schwarz. Mais tarde buscou aperfeiçoamento com o maestro Leonardi.

Participou de um concurso público, onde ganhou o Prêmio Busoni, representado por Medalha de Ouro, medalha esta que doou à Pátria por ocasião da campanha “Dê Ouro ao Brasil”. Achava que a Pátria merecia algo bem maior que um anel sem uso ou algo assim que facilmente se reporia. Deu então o que com mais sacrifício ganhou.

Antes de formar-se em Piano era remador e tenista, esportes que também lhe deram doze medalhas, mas que abandonou por razões óbvias: não prejudicar o desempenho no piano por causa da musculatura.

Falava, além do Português, Alemão, Inglês e lia Francês, Espanhol e Italiano.

Suas atividades profissionais eram intensas e variadas pois era pianista, maestro, organista e compositor, e dava recitais em igrejas, teatros, escolas, etc. Ingressou como Maestro Regente da Banda da Base Aérea de Canoas.

Foi o 1º diretor artístico do Orfeão Riograndense e a fundação desta sociedade deveu muito a ele. Um cantor alemão que transitava por Porto Alegre entrou em contato com o professor Léo Schneider para fazer um concerto comemorativo a Sete de Setembro, onde seria executada uma versão a 4 vozes masculinas do Hino Nacional Brasileiro. O professor Leo Schneider regeu então um coral de 60 vozes com a participação da Banda Municipal. Este concerto alcançou tamanho sucesso que gerou a idéia de se formar uma sociedade coral. Da idéia passou-se à prática e o Orfeão Riograndense foi criado.


Auxiliou nas montagens das Temporadas Lírias do Orfeão em 1934, onde atuou como maestro do coro. Numa dessas – Cavalleria Rusticana – estava uma jovem cantora, Maria Helena Leão, a quem o prof. Léo Schneider conheceu, 23 dias após estava noivo, e a quem amou e respeitou por toda a vida. O comentário era da esposa (e das filhas tb...já que o conhecemos bem de perto...) e de toda a comunidade que o conhecia. Em 10 de abril de 1935 contraiu matrimônio com a professora de Canto e Piano Maria Helena Leão Schneider, filha do Sr. Ricardo Coração de Leão, comerciante, e da Srª Rosalina Leão. Desse casamento nasceram suas filhas: profª Rosa Maria Schneider, batizada Rosmarie e a profª Ana Maria Schneider Moreira, batizada Annemarie, (na hora de registrar houve problema pois eram nomes estrangeiros, mas o batizado valeu com outro nome) casada com o médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da então Faculdade Católica de Medicina, Dr. José da Silva Moreira.

Fez parte da Sociedade Rio-grandense de Música de Câmara em 1941, dando aí inúmeros recitais.


Certa vez, com 14 anos, participava de uma audição no Theatro São Pedro, quando apagou-se a luz. Ele continuou a tocar calma e corretamente. Um automóvel que fazia a volta pela Praça da Matriz iluminou-lhe os últimos acordes. Foi um delírio do público.

Professor do Instituto Porto Alegre (IPA), do Colégio Cruzeiro do Sul, do Colégio Americano e da Escola Técnica Senador Pinheiro Machado, onde se dediou ao Canto Coral. No Colégio americano criou, em 1945, o Conservatório de Música e lá permaneceu até seu desenlace. (Ele ficou até seu fim no Americano /IPA, com poucos horários, mas nunca se desligou de lá, lugar que adorava...) O Colégio em sua homenagem, colocou seu nome no Conservatório que
ele criara, onde, hoje, em placa de bronze consta: Conservatório de Música Leo Schneider. Pelo acúmulo de atividades, deixou o IPA e o Cruzeiro do Sul, já que ingressara no Instituto de Artes da UFRGS, como titular da cadeira de Prática de Orquestra, para a qual defendeu tese, e de Órgão e Piano.

Lecionou Religião em diversas igrejas luteranas, como guia leigo, e oficiava cultos para as irmãs do Hospital Moinhos de Ventos, onde também foi maestro do coro das freiras, por algum tempo. (Só me consta que ele falava para as Schwester, Escola Dominical, as regia e ensaiava).

Quase não tinha tempo para si, pois o pouco que lhe sobrava, os amigos e alunos ocupavam, pedindo arranjos de músicas, composições ou que lhes auxiliasse em algum ensaio. O fato era que ele jamais deixou de atender aos pedidos, pois a sua máxima era o amor ao próximo.


Trabalhou longo tempo como organista e regente de coros, sendo de se citar sua atuação na Igreja Luterana da rua Senhor dos Passos, na Catedral Episcopal da rua dos Andradas e na Igreja Metodista da rua Gen. Vitorino. Amigo de todos, colaborava com todas as religiões, seja Católica, Ortodoxa ou Israelita, além, é claro, de sua religião protestante.


Durante 11 anos foi maestro da Orquestra Club Haydn, composta exclusivamente de amadores e a mais antiga do Brasil, encampada posteriormente pela SOGIPA, transformando-se em seu Departamento Artístico. (Ele sucedeu o maestro Brückner e foi o último, do Club Haydn. A Sogipa começou a cortar gastos em certa época (e a cultura vai ligeirinho)

Obteve bolsa de estudos nos Estados Unidos em 1949. Na Southern Methodist University S.M.U. de Dallas aperfeiçoou-se em Piano e Órgão. São de jornais norte-americanos as seguintes manchetes: The SMU Campus: “Schneider conseguiu um grande número de seguidores com os seus concertos quase diários e muitas vezes ele tem dificuldade em afastar-se da multidão que se reúne para ouvi-lo tocar”. The Dallas Mornig News: “A verdade é que o pianista francamente encantou o seu auditório. O público pôs-se de pé, entusiasticamente, quando ele tocou a grande Polonaise de Chopin”; Dallas World; “O valor de Léo Schneider como músico não reside unicamente em seu talento musical, mas também nas obras que ele compôs. Desde sua chegada a Dallas, há 4 meses, Schneider cativou os músicos, os clubes musicais e as igrejas com a sua habilidade e o seu maravilhoso espírito de amizade e cooperação” e ainda o Clovis New México:”Por ocasião do programa da noite tocou Léo uma de suas composições, Valsa Caprice, com a técnica de um pianista de concerto completo”.

Recebeu inúmeros convites para ficar e lecionar, mas a saudade da família e do Brasil o fizeram retornar.

Dirigiu a Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo, SP, a Orquestra Sinfônica de Curitiba, PR e a Orquestra da Polícia Militar de Belo Horizonte, MG.

Integrou o Trio Universitário, com Jean Jacques Pagnot e Fernando Hermann em 1958.

Sua obra é digna de especial registro. Autor de 5 oratórios: “Calvário”, em 1934, que ganhou placa de bronze no Theatro São Pedro assinalando seu sucesso; “São João Batista”, em 1946; “Purificação do Templo”, em 1947; “Conversão de São Paulo”, em 1948, e “Jesus Nazareno”, em 1950. Existe a versão inglesa de “John the Baptist”. Como se sabe, Oratório é um drama religiosos, uma ópera espiritual, e pouos autores tiveram inspiração no gênero. Duas obras de ballet “Exercícios de barra” e “Bezerro de Ouro”, ballet bíblico composto em 1973. Tem publicado um livro “Desenvolvimento Musical”, editado em 1938 e que se constitui em uma resenha histórica para ser manuseada pelos alunos do 1º Grau, e sua Tese “A prática de Orquestra na Escola Superior de Música” além dos oratórios São João Batista e Jesus Nazareno.

Apresentou, de Beethoven: Jesus no Horto; de Brahms: Um Réquiem Alemão; de Mozart: Réquiem; de Bach: Magnificat; de Dubois: Sete Palavras e de Mendelssohn: Elias. Alguns pela primeira vez em Porto Alegre e com tradução de sua autoria.

É autor ainda de várias peças para Piano e, dentre estas destacamos: Noturnos, Caixinha de Música, Valsa Nostálgica, Para Rosmarie, Valsa Caprice, Improviso e Fantasia que são as mais difundidas, porém existem muitas outras.

Das composições para canto destacam-se: Sê fiel até a morte e Entrega o teu Caminho muito executado em casamentos, além de Partida, dedicado a sua esposa.

Tem ainda composições como Prelúdio para Órgão, produzida em 1976, entrando assim para o escasso rol de compositores brasileiros de órgão.

Escreveu também diversos hinos e, dentre estes, lembramos: Hino do Grupo Escoteiro Prof. Leopoldo Tietböl, Hino das Irmãs Franciscanas e Hino da Maçonaria.

Foi um dos fundadores da Associação dos Organistas do Rio Grande do Sul e Presidente da Ordem dos Músicos, secção RS.


Em sua atividade docente integrou ainda Bancas Examinadoras de Exame e Defesa de Teses em diversas unidades universitárias.

Foi citado em diversas obras e entre estas, “Música Sacra Evangélica no Brasil” de Henriqueta Rosa Fernandes Braga, onde a autora, à página 359, tece a considerações sobre o Prof. Léo Wilhelm Schneider e sua obra.

Aos 68 anos de idade, trabalhando exaustivamente, veio a falecer, ficando a lamentar seu prematuro desaparecimento sua esposa, filhas, genro, netos e um grande e seleto grupo de amigos, ex-alunos, alunos e admiradores que soube granjear ao longo de sua estada entre nós.

Em sua homenagem foram realizados diversos atos e dentre estes destacamos: o Festival de Composições de Leo Schneider, realizado pela Discoteca Pública da Secretaria de Educação e Cultura; a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou a Lei nº 4792 de 29 de outubro de 1980 dando seu nome a uma rua de Porto Alegre e a Ordem dos Músicos colocou em seu salão nobre o retrato do ilustre mestre e compositor. Por ocasião deste ato, assim se expressou o historiador Dante de Laitano:

“Leo Schneider expressão importante na História da Música em nossa Província Portoalegrense. Ilustre e dedicado, sua vida era a própria arte, e ele viveu música em todos os momentos de sua vida fecunda e de uma atividade incomum, fazendo de sua caminhada pelas estradas da arte, uma lição de perene fidelidade ao seu mundo, Mundo da Música”.



Fonte: Quem é Quem em Educação Editora Aejota, 1982. pp 182 - 184 Palavras em itálico acrescidas pelo blogger após consulta à professora e organista Anne Schneider. Mais informações clicando em
http://br.geocities.com/organistaanneschneider/

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Fotos




























































































Organista titular da igreja Martin Luther, Anne Schneider, durante um concerto no órgão Rieger da mesma igreja

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